Projeto Encontros Sociais

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terça-feira, 24 de maio de 2011

O rio Capibaribe e as inundações na comunidade de Vila Arraes


Foto 1 - Ponte de Vila Arraes, líder comunitária 
Eliane(BAIA) a direita.15/abr/2011. Robson C.

No mês de maio, a população de Vila Arraes, comunidade situada as margens do Capibaribe no bairro da Várzea, foi atingida pelas cheias que  ocorreram com a abertura de algumas comportas da Barragem de Carpina. Esse evento acabou transformando o cotidiano da comunidade, bem como, alterando nossas participações na própria comunidade. Nos locais que margeiam o Rio Capibaribe, quando visitamos um mês antes a ponte de Vila Arraes (construída por algum vereador, segundo a líder comunitária. (Foto1 e 2))  podemos notar a predominância de um problema grave e banalizado, não só na várzea mas também em toda Região Metropolitana do Recife (RMR), a ocupação irregular de barrancos e casas em margens de corpos d'água.



Foto 2 - Ponte de Vila Arraes. 15/abr/2011. Robson C. 

A maioria dos moradores que foram atingidos perderam tudo, por terem sidos pegos de surpresa, eles alegaram que não ouve aviso prévio e sinal de alerta, por parte dos órgãos públicos sendo atingidos as 01h00min da manhã, momento em que muitos encontravam-se dormindo, sendo assim, não tendo como salvar seus pertences.

   A população atingida ocupava o leito do rio Capibaribe por ser, lá o único lugar encontrado por eles, para fincarem suas moradias. E é nessa ocupação dos leitos do rio que está o problema. A ocupação de um leito de rio além de ser uma agressão ao meio ambiente é também a principal causa de tragédias, que podem ser consideradas, porque não, anunciadas! A maioria das populações ribeirinhas ocupam os leitos do rio quando eles estão em sua normalidade, o que passa a sensação de segurança, mas um rio é composto por vários leitos e cada um deles são utilizados em momentos de mudanças naturais do próprio rio.
leito é o terreno por onde corre um rio. Nas regiões de regime irregular, como resultado das oscilações do caudal (vazão), o leito do rio pode apresentar extensões diferentes ao longo do ano. De acordo com a quantidade de água, pode ser classificado como:
Leito aparente: terreno coberto por águas, quando não influenciadas por cheias, inundações ou tempestades. (Figura 7 – A, B e C), que é o momento que as populações constroem suas habitações desconhecendo o perigo.
Leito de estiagem/seca: a quantidade de água diminui, em consequência de uma época de seca prolongada. - a precipitação escasseia e a evaporação aumenta - fazendo com que o caudal dos cursos de água diminua. (Figura B)
       Leito de cheia: o fluxo de água de um leito aumenta e sobe vários metros - ocorre em   períodos do ano de concentrada precipitação, em que o rio transborda das suas margens - inundando as áreas próximas. (Figura C)

Figura  A                                 Figura B                                  Figura C

Foto 3 -  Acesso a ponte de Villa Arraes, leito maior do
Capibaribe maio/2011. Robson Cavalcanti.
O Leito de cheia foi o responsável pela catástrofe ambiental, que assolou a microrregião da Mata Meridional, em junho de 2010 em Pernambuco. Causado por um evento climático, que está incluso do conceito de variabilidade climática. É esse o leito onde estão as populações ribeirinhas da Comunidade de Vila Arraes. Muitos moradores sabem dessa dinâmica do Rio, sem nenhum conhecimento prévio  geográfico ou de ciências afins. Isso ocorre, por eles já terem vividos antes essa situação nula , mas a maioria não têm  outra alternativas de moradia, tendo que passar a conviver com o medo nos períodos de chuvas. (Foto 3 e 4).

Foto 4 -  Residência na comunidade de Vila Arraes, o rio
 que passava no terreno atrás da casa, agora ocupa a
 toda casa, maio/2011 Robson Cavalcanti.


 Os desabrigados dessa cheia foram para a Archdiocese de Olinda e Recife. (Foto 5 e 6)

Foto 5 - Bnner no hall da Arhdiocese de Olinda e Recife,
maio/2011. Robson Cavalcanti
.


Foto 6 -Crianças desabrigadas na fila da janta,
Archdiocese de Olinda e Recife, maio/2011. Robson Cavalcanti.
Nesse período, o grupo várzea já estava com a programação das rodas de diálogo prontas para serem postas em prática na Escola Cândido Duarte, mas a situação dos moradores da várzea acabou provocando uma mudança temporária do público a quem aplicaríamos a roda de diálogo (CINE Construindo Relações). Essa experiência evidência os desvios que podem sofrer as programações dos grupos atuantes nas comunidades.  
A primeira Roda de Diálogo, do grupo ocorreu no auditório da Archdiocese e atendemos ao pedido da coordenadora para aplicarmos a Roda de Diálogo as crianças do local. (Foto 7 e 8)

Foto 7 - Laura e Juliana, organizando a abertura
do CINE Encontros Sociaias


Foto 8- * Cine Construindo Relações


Foi algo novo, tanto para as crianças, quanto para o grupo várzea. O filme que foi apresentado foi UP. O filme mostra a aventura de Carl Fredricksen que passou a vida toda sonhando em explorar o planeta e em aproveitar a vida ao máximo. Mas aos 78 anos de idade, parece que a vida o ignorou, até que uma reviravolta do destino (e um persistente Explorador de Terras Selvagens de 8 anos, chamado Russell) dá um novo sentido para sua vida. 

Robson Cavalcanti

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